Tenho um blog e ele faz 15 anos hoje!

Talvez você já nem lembre mais o que é um blog. Eles estão fora da moda, eu sei.

Mas eu ainda mantenho um, sabe? Aliás, hoje, ele faz 15 anos. Foi em 20 de maio de 2005 que decidi abrir um bloco de notas onde pudesse opinar, compartilhar coisas que eu gostava e me colocar no mundo digital. Era isso o que a gente tinha naquela época e o tempo se encarregou de oferecer substitutos mais atraentes e ágeis dos blogs: redes sociais!

É, já tive contas em algumas delas. No orkut, no Facebook, no Twitter, no Facebook de novo, e hoje no Twitter mais uma vez.

Quem me conhece mais de perto sabe que ando beeeeeeeemmmm descontente com as redes sociais. Há razões de sobra para deletar as nossas presenças por lá, né, Jaron Lanier? Trabalhamos de graça para essas redes, alimentamos monstros nelas, azedamos algumas de nossas relações nesses ambientes, nos domesticamos, inflamos nosso ego e auto-importância, torramos nosso tempo diante dos teclados, fortalecemos gigantes oligopólios exploradores de mão-de-obra em todo o mundo… ah, tanta coisa!

Por outro lado, cada vez mais, valorizo esse espacinho aqui. Ele não substitui as redes sociais, nem quer. É um obsoleto blog, um terreno ocupado, embora não totalmente meu, pois o wordpress e outros intermediários me lembram disso de quando em vez. Mas aqui eu me sinto bem, como a pessoa que adora dormir no sofá velho de casa, com o estofado rasgado, mas com o cheiro familiar daquilo que já embalou seus sonhos.

Nesses 15 anos, deixei muita coisa por aqui. Até resisto a olhar o arquivo para não me arrepender. Afinal, até as cotidianas besteiras fazem parte de nós!

Nesses 15 anos, envelheci e vivi muita coisa. Sou diferente do que era, e é pra ser assim mesmo.

Quantos anos ainda tenho para mim? Quantos posts vou publicar por aqui? Não sei.

Na verdade, não perco tempo pensando nisso. Em algum momento, sem aviso ou cerimônia, os posts ficarão mais raros, o tempo para a escrita pessoal vai se tornar menos importante e, aí sim, esse blog – como registro de uma pessoa qualquer num tempo qualquer – terá cumprido sua função.

vida e morte dos blogs de comunicação

Em setembro de 2007, criei uma lista lusófona de blogs mantidos e alimentados por pesquisadores da comunicação. À época, reuni num mesmo link as iniciativas de colegas sobretudo brasileiros e portugueses que se deslumbravam com as potencialidades de se ter um canal exclusivo, barato e poderoso de comunicação. (Sim, os blogs já foram isso!)

A lista foi crescendo, crescendo, crescendo à base de indicações de blogueiros de todos os cantos. Cheguei a fazer 47 atualizações do post e a lista alcançou o expressivo número de 223 blogs de comunicação, sendo 178 do Brasil e 45 de Portugal e outros lugares.

Passados quase sete anos, fiquei curioso em saber a quantas andavam aqueles blogs. Na verdade, já faz algum tempo que escuto a sentença de que os blogs estão morrendo. Não é totalmente mentirosa a afirmação. Este meu espaço ficou mais de 100 dias sem nenhuma atualização entre 2013 e 2014, afundado numa crise de existência virtual. Outro dia, li um post da jornalista e blogueira de primeira hora Cora Rónai que me fez novamente perguntar: como estariam os blogs daquela lista lusófona?

Fui conferir.

Dos 45 blogs listados de Portugal e cercanias, dez foram simplesmente desativados (22%), 24 não são atualizados há mais de um ano e, portanto, morreram (53%), e apenas onze sobreviveram. Considerei blogs ativos aqueles que tiveram ao menos um post novo nos últimos 90 dias. Na parcial, a taxa de mortalidade foi de 75%. Apenas um em cada quatro blogs se manteve vivo nesses quase sete anos que nos separam da primeira lista.

Entre os brasileiros, as baixas foram maiores ainda. Dos 178 blogs, 48 foram desativados no período (27%) e 100 não são alimentados com novos conteúdos há mais de um ano (56%). Apenas 30 blogs são ativos, o que significa 17% do total. A taxa de mortalidade da parcela brasileira é de 83%.

No consolidado da lista lusófona de blogs de pesquisadores da comunicação, apenas 41 dos 223 sobreviveram, o que equivale a menos de um quinto (18,3%). Impressionante!

Como explicar isso?

É difícil apontar uma única razão. Fatores combinados poderiam justificar: cansaço do modismo, falta de tempo, desmotivação pessoal, emergência de redes sociais com muitos recursos e grande visibilidade como o Facebook… O fato é que os blogs já não são mais o que costumavam ser. E isso aconteceu muito, mas muito rápido…

blogueiros catarinenses, uni-vos!

(reproduzido do site da UFSC)

Estão abertas as inscrições para o “I Encontro dos Blogueiros e Twiteiros de Santa Catarina”.
O evento acontecerá nos dias 9 e 10 de março de 2012, no hotel e Centro de Eventos Canto da Ilha, localizado na Avenida Luiz Boiteux Piazza, 4810 – Cachoeira do Bom Jesus, Florianópolis-SC.
O objetivo do evento é debater o novo marco regulatório das comunicações e as ações regionais dos blogueiros catarinenses, que lutam pela criação do conselho de comunicação estadual e organização dos meios independentes de informação, os blogs e redes sociais.

Os convidados para a mesa principal, “Comunicação e Oligopólio em Santa Catarina”, são  Venício Lima, Professor Titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado) e autor, dentre outros, de “Regulação das Comunicações – História, poder e direitos”, Editora Paulus, 2011; e Rosane Bertotti, atual coordenadora nacional do FNDC (Fórum Nacional pela Democratização das Comunicações).

O custo da inscrição é de R$ 100,00, incluídas a estadia e alimentação nos dois dias de evento.

Para os participantes que não precisarem de estadia a inscrição é gratuita, sem alimentação inclusa. Basta enviar os seguintes dados através do formulário de contato no rodapé do site ou para o email contato@blogueirossc.com.br – nome completo, RG, telefone e e-mail para contato.

O evento é organizado pela estudante de economia da UFSC, Binah Ire, com apoio do professor Márcio Vieira de Souza, do curso de Tecnologias da Informação e da Comunicação do Campus de Araranguá.

Informações: binahire@hotmail.com ou http://blogueirossc.com.br

jornalismo e redes sociais, o debate

Não deu tempo de avisar antes, mas não tem problema. Com a internet, pode-se recuperar muita coisa, até mesmo o debate “Redes sociais transformam o jornalismo?”, de que participei na quinta passada, 19, na Rádio Ponto da UFSC.

O debate aconteceu no programa “Jornalismo em Debate”, produzido por alunos de graduação e pós-graduação e parte da Cátedra Fenaj. Estiveram na bancada comigo o jornalista César Valente, do blog De Olho na Capital; o jornalista Alexandre Gonçalves, do Coluna Extra; e a Alexandra Zanela, editora do Diário.Com. Por telefone, participou o jornalista Douglas Dantas, do Sindicato de Jornalistas do Espírito Santo. A supervisão dos trabalhos foi de Valci Zuculotto e a mediação foi de Áureo Moraes, ambos professores da UFSC.

A conversa foi de alto nível e atiramos para vários lados: mudanças no perfil dos jornalistas, a participação do público, possíveis furos de reportagem pelas mídias sociais, fim do jornalismo, credibilidade dos meios, enfim, muita coisa interessante.
Ficou curioso? Então, ouça!

Bloco 1
http://www.video.cce.ufsc.br/radio/2011/2011.1.34.mp3

Bloco 2
http://www.video.cce.ufsc.br/radio/2011/2011.1.35.mp3

Bloco 3
http://www.video.cce.ufsc.br/radio/2011/2011.1.36.mp3

um radar sobre o jornalismo e a ética

Não tem chuva ou temporal que impeça: todos os sábados tem Radar objETHOS, uma coletânea de alguns dos links mais interessantes da semana sobre jornalismo, ética jornalística e assuntos afins. O serviço é uma publicação do Observatório da Ética Jornalística (objETHOS) e traz contribuições e links em português, inglês, espanhol e francês.

O desta semana pode ser acessado aqui. Mas você pode recuperar os demais por aqui. Sirva-se!

jornalistas e redes sociais: uma pesquisa

O escritório da UNESCO no Brasil, o Portal Imprensa e a ONG Artigo 19 estão aplicando uma pesquisa online sobre jornalismo e mídias sociais. Segundo os promotores, a divulgação dos resultados da pesquisa vai fazer parte das atividades de celebração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa no Brasil, em 3 de maio.

“O objetivo da pesquisa é identificar desafios e possibilidades do uso de redes sociais para o exercício do jornalismo”, informam os realizadores. A pesquisa é aplicada por meio de um formulário eletrônico, com 32 questões bem diretas, e que não duram muito para serem concluídas. As respostas podem ser anônimas.

Para participar, acesse http://artigo19.org/midiassociais/pesquisa

nova revista sobre comunicação e tecnologias

   Já está circulando na rede o primeiro número da revista Tinta Electrónica, voltada para temas da comunicação e das novas possibilidades tecnológicas. A publicação é editada pelos jornalistas Sandro Medina Tovar (do Peru) e Emiliano Cosenza (da Argentina), e na edição de estreia traz textos de Mario Tascón (Espanha), Pedro Jerónimo (Portugal), Anderson Paredes (Venezuela), María Pastora Sandoval (Chile), Martín Fernández (Argentina), Rolly Valdivia Chávez (Peru), Susana Morán (Equador), Lina Ceballos (Colômbia) e Gerardo Albarrán de Alba (México).

A publicação está no formato PDF, é fácil de baixar, e deve sair sempre em abril, agosto e dezembro. O número 1 tem 28 páginas e o layout é bem modesto, talhado para facilitar a leitura do conteúdo. O tema de abertura da nova revista eletrônica é “Fazer jornalismo num novo ecossistema informativo”.

Para saber mais sobre a revista, leia a entrevista que a jornalista Esther Vargas fez com Sandro Medina. Para baixar, clique aqui.

300 mil acessos e um novo endereço

Nossos sistemas acabaram de registrar que este blog já recebeu mais de 300 mil visitas desde que foi hospedado aqui no WordPress em 20 de maio de 2007. Isso é motivo de celebração e de agradecimento.

Começo pelo final, então: qualquer que tenha sido o motivo e a maneira que te trouxe aqui, obrigado pela visita. E se foi bem tratado, volte mais vezes. É sempre um prazer acompanhar as estatísticas e ver que os acessos são constantes, o que me dá a entender que o endereço (de alguma forma) se estabeleceu nesse oceano-web.

Para celebrar a marca, fiz uma cirurgia plástica no blog e estou decerrando a placa de meu site pessoal: www.christofoletti.com

Não, o Monitorando não está encerrando suas atividades.

Não, não republicarei lá o que faço aqui. Existem conexões entre uma coisa e outra, mas uma coisa é uma coisa; a outra coisa é outra, naturalmente.

Não, não darei prêmios e vantagens para quem visitar o site.

Então, por que ter mais um endereço? Para facilitar o trabalho dos meus biógrafos?
Não, apenas para eu ter um espaço um pouco mais estável e permanente com minha produção, meus projetos e outros trabalhos. É uma questão de sistematização, como quem arruma as próprias gavetas. No Monitorando, continuarei blogando com mais frequência; no site, estarão conteúdos mais sedimentados, mais cristalizados. Note, por exemplo, que as páginas livros e artigos que eu mantinha aqui foram parar por lá… Aliás, vá lá conhecer… E aqui, aproveite o novo visual…

ética para blogueiros

A definição de padrões de conduta para quem navega na web é um assunto bastante polêmico e recorrente. Desde o surgimento da grande rede, alguns cidadãos mais preocupados tentaram estabelecer algumas regras mínimas para uma convivência virtual. Surgiam as netiquetas, isto mesmo, no plural. Listinhas que tentam normatizar os comportamentos no ciberespaço existem aos montes, e de alguma maneira isso evoluiu para duas direções: a mais robusta delas é a das políticas de privacidade, algo mais institucional e corporativo e que tenta sinalizar ao visitante de um site alguns limites na sua interação com aqueles conteúdos e ambientes; uma segunda “evolução” das netiquetas são os códigos de conduta para blogueiros e redes sociais.

Já houve algumas tentativas de regramento das atitudes de blogueiros, mas todas elas ficaram ou muito restritas a grupos ou mostraram-se pouco eficientes. Trocando em miúdos: parece haver uma resistência maior da comunidade de usuários de estabelecer regras de conduta, receando que firmar um pacto como este possa “engessar” os blogs, cercear a ação de seus titulares.

Este medo é justificado? Talvez sim, mas não quero discutir isso agora. O que me interessa mesmo é trazer esse assunto à tona, já que ele me interessa bastante. Tanto como pesquisador da área quanto como blogueiro. E é aqui que eu queria chegar!

Códigos de ética para blogueiros são importantes? Podem ser.

São eficientes? Talvez.

São necessários? Ainda não sei, mas sei de uma coisa: não se pode conviver em grupo sem um conjunto mínimo de critérios e valores que sinalizem limites para os indivíduos. Sem isso, corremos o risco de atropelar as pessoas, ignorando aspectos importantes da sociabilidade humana. Não estou falando que todos os blogs devem seguir as mesma regras de ortografia, de distribuição visual de seus conteúdos, de oferecimento de links, etc.

Eu me refiro a aspectos mais profundos, a exemplo de valores como respeito a quem visita o blog, criatividade na oferta de conteúdos, inteligência na expressão de ideias, independência editorial, originalidade e inovação, entre outras coisas. Claro que cada um pode criar e manter o blog que bem lhe der na telha. Mas como qualquer meio de comunicação, um blog não pode descuidar daqueles que consomem seus conteúdos, que interagem com eles, que o replicam e por aí vai.

De maneira muito particular, tenho algumas regras no Monitorando:

a) Não reservo espaço para anúncios publicitários: tento “preservar” meu leitor da enxurrada de banners, pop-ups e outras interferências nos posts que tenham caráter comercial. A razão é muito simples: não ganha dinheiro com o blog e não tenho esta intenção. Ao me dedicar ao Monitorando, de alguma maneira, quero ter uma presença pessoal na web, estabelecer conexões com outras pessoas e ainda contribuir com algum conteúdo a este grande projeto de inteligência coletiva que é a web.
b) Não faço troca de links: o motivo é igualmente simples. Indicar um endereço na internet é como indicar um restaurante para um amigo, um hotel para um visitante, e por aí vai. Não pode ser qualquer indicação; é como empenhar a própria palavra. Existe uma responsabilidade embutida ali. Se alguém oferece um link, testo e vejo que vale a sugestão, indico, naturalmente. Mas trocar links não é só fazer uma ação entre amigos, é também estalecer uma reciprocidade compulsória, distante da espontânea indicação. Eu ainda prefiro a liberdade de escolher a quem indicar.
c) Não bajulo quem não mereça: as razões são as mesmas do item anterior.
d) Não ofereço links patrocinados: novamente, o que me desmotiva a fazer isso é a busca de uma independência editorial para o blog. Quero manter a liberdade que um blog me reserva. Nesta semana, por exemplo, fui procurado por um portal com a seguinte proposta: eu escreveria um post de até 300 palavras sobre um determinado assunto e me pagariam 25 euros por isso. Depois de escrever, eu deveria comunicar ao portal sobre o post, eles o cadastrariam e seria feito um vínculo entre meu post e o tal portal. Resumo da ópera: eu produziria conteúdo qualificado para o portal sobre o tal assunto e ganharia um dinheirinho. Declinei. Não se trata de pudor, não estou rasgando dinheiro, nem sou maluco. Mas é que prefiro escolher sobre o que escrever, quem linkar e quando fazê-lo. Prefiro ter a liberdade, inclusive, de citar esse caso, de falar abertamente sobre o tema. É uma questão de princípio, um

Sou melhor que os outros blogueiros? Claro que não.
O Monitorando é melhor que outros endereços por aí porque tem essas regrinhas? Claro que não, até porque os critérios que aferem qualidade são muito mais diversos, amplos e complexos.

Mas eu faço questão de criar limites para a minha conduta, de adotar essas regras e apresentá-las aos meus leitores. Acho mais honesto e franco, pois é nisso também que a internet se apoia, acredito eu. Mas mais importante que criar e seguir regras de conduta é pensar sobre elas. É nisso que consiste o raciocínio ético, é desta forma que se experimenta uma reflexão de caráter moral. Parece tão fora de moda, né? Mas que nada! Os valores e os princípios são uma necessidade da experiência humana, caminhos pelos quais nos aproximamos e nos afastamos uns dos outros.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

novos tuíters e blogueiros

Atualizei há pouco os mapeamentos que vimos fazendo sobre pesquisadores lusófonos da Comunicação que mantêm blogs e pesquisadores da área que estão no Twitter. A primeira lista já foi atualizada 45 vezes e agora tem 215 blogs de Brasil e Portugal. A segunda está na 40ª versão e conta com 360 tuíters.

Pesquisadores da Comunicação no Twitter: aqui

Lista lusófona de blogs da Comunicação: aqui

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

blogs, links e intertextualidade

Viajo hoje para Santa Maria para participar da banca avaliadora da dissertação “Posts intertextuais: um estudo de links nos blogs Luis Nassif Online, Conversa Afiada e O biscoito fino e a massa”, de Silvana Copetti Dalmaso. O trabalho foi orientado pela professora Luciana Pellin Mielniczuk na UFSM e estarei à banca com a sempre divertida Marcia Benetti Machado.

Na dissertação, Silvana analisa o episódio da “bolinha de papel” das eleições presidenciais do ano passado, repercutido nos blogs Conversa Afiada, O Biscoito Fino e a Massa e Luis Nassif Online.

Ficou curioso? Aguarde passar a banca e entre em contato com a autora…

um blog sobre o futuro do jornalismo

O principal jornal espanhol, El País, lançou esta semana um blog para debater as transformações pelas quais o jornalismo vem passando. Trata-se de Periodismo con Futuro, cujos propósitos seus editores explicam:

Com todas as incógnitas do momento, o título deste blog é uma afirmação naquilo que acreditamos sem duvidar. O Como, Quem, Onde e Quando já não estão tão claros. Queremos abrir um debate sobre o presente e o futuro do jornalismo e sua indústria, sobre novas tendências, conteúdos, tecnologia, suportes e modelos de negócio, com informação e análise. E viver em primeira mão um novo ecossistema informativo tão apaixonante quanto incerto.

Entre os destaques do que já foi postado, há vídeos de entrevistas curtas com publishers do El País, do New York Times e da Der Spiegel.
Acesse o blog!

 

 

 

 

 

 

 

o objethos em 2011

Sabe o Observatório da Ética Jornalística (objETHOS), projeto que coordeno com o professor Francisco José Karam na UFSC? Em 2011, teremos novidades, conforme se pode ver no post que reproduzo…

O Observatório da Ética Jornalística (objETHOS) tem grandes planos para o ano que vem. Por isso, neste período de festas natalinas e de recesso escolar, a equipe trabalha nos bastidores do projeto, planejando novas ações para 2011.

Podemos adiantar três boas notícias:

1. Em 2011, o objETHOS vai ampliar a produção e difusão de conteúdos exclusivos sobre ética jornalística, publicando diariamente

2. Em 2011, o objETHOS virá com um novo projeto gráfico, com visual mais atraente e amigável

3. Em 2011, o objETHOS vai promover o 1º Seminário Brasil-Argentina de Pesquisa e Investigação em Jornalismo, evento previsto para junho.

 

wikileaks em bom português

A jornalista Natalia Viana em parceria com a revista Carta Capital está alimentando um blog sobre o Wikileaks. “Como outros jornalistas independentes de todo o mundo, tenho colaborado com a publicação dos documentos. Com base neles, estou escrevendo matéria diárias para o site”, escreve a jornalista. “Aqui neste blog vou ter a certeza de que o conteúdo inédito vai sair em primeira mão. E também vou dividir essa experiência na linha de frente do jornalismo”.

A conferir e a acompanhar. Por aqui, por favor.

uma parceria para desenvolver o jornalismo interpretativo

Já pensou o que aconteceria se um site especializado em jornalismo investigativo e uma universidade se juntassem para criar inovações nos processos jornalísticos, entre os quais buscar desenvolver um jornalismo mais interpretativo… imaginou? Não precisa mais imaginar.

Uma parceria como esta já existe. Leia a matéria do Portal Imprensa:

O site de jornalismo investigativo e sem fins lucrativos ProPublica anunciou parceria na última quinta-feira (2) com o Instituto Carter de Jornalismo da Universidade de Nova York (NYU) para descobrir modos de utilizar a internet para produção de um jornalismo mais interpretativo.

O projeto Explainer.net será conduzido por estudantes do programa Studio 20, de professor da NYU, e focado em inovações nas atividades jornalísticas, informa o Editorsweblog.

“Este projeto não oferece as últimas notícias. Ele completa a compreensão do leitor. Nós quisemos trabalhar com os jornalistas do ProPublica porque eles investigam histórias complicadas e ensinam o que aprenderam para outros. Isto parecia uma combinação perfeita”, afirma o professor Jay Rosen.

Um exemplo de maior cobertura interpretativa sobre um fato, segundo Rosen, seria em relação à recente crise econômica na Irlanda, questionando por que bancos frágeis no país poderiam ameaçar o sistema financeiro europeu e até uma recuperação mundial.

A ideia surgiu da observação de que é impossível o leitor ter interesse sobre algumas notícias sem a contextualização daquele fato, como a crise de créditos imobiliários nos Estados Unidos, por exemplo.

Para o professor, ao contrário de veículos impressos e de televisão, a mídia digital oferece o espaço editorial necessário para maior interpretação dos fatos noticiados.

Rosen acredita que a produção de um jornalismo mais explicativo pode tornar-se um diferencial para veículos de notícia entre contra a forte concorrência.

Agora, já imaginou se algo semelhante acontecesse por aqui?

 

para saber do rio, cadernos de reportagem!

Se você está interessante nos mais recentes acontecimentos que movimentam o Rio de Janeiro, não pode deixar de conhecer o Cadernos de Reportagem, um projeto do curso de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O blog foi criado há dois meses, é produzido pelos alunos do curso e coordenado pelos professores Ildo Nascimento e Sylvia Moretzsohn.
Jornalismo crítico e antenado.

ex-hacker existe?

Ao final da leitura de “Watchman – a vida excêntrica e os crimes do serial hacker Kevin Poulsen”, uma pergunta me martelou a cabeça: as pessoas podem mudar tanto assim?

Não que a biografia assinada pelo jornalista Jonathan Littman tenha me levado a pensar nisso. O livro conta como um adolescente norte-americano pacato, tímido e muito hábil se torna uma espécie de Inimigo Público Nº 1 nos Estados Unidos no começo dos anos 1990. Na década anterior, Kevin Poulsen era um gênio que se aventurava a hackear comunicações telefônicas, e em seguida passou a operar computadores se convertendo num impetuoso invasor de sistemas, acusado pelo FBI inclusive de espionagem.

Poulsen foi também o primeiro hacker a cumprir uma pena de prisão por seus atos – quase cinco anos atrás das grades – e ficou fora de circulação justamente no período em que a internet fervilhava, e novas gerações de hackers apareciam.

Mas como eu disse, não foi a leitura de sua biografia que me chacoalhou tanto. Foi juntar seu passado com sua atuação no presente. Poulsen deixou a cadeia em 1996, e passou a trabalhar com segurança online. Sua empresa chegou a ser adquirida pela gigante Symantec, e hoje Kevin Poulsen é ninguém menos que um dos editores-sêniores da Wired, a mais influente revista de tecnologia do mundo. O que é ter um ex-hacker na redação? O que teria feito com que Poulsen deixasse a adrenalina de seu cotidiano para “baixar a bola” e trabalhar com jornalismo? O tempo nos presídios o regenerou?

Na CampusParty deste ano, a organização trouxe Kevin Mitnic, outro lendário ex-hacker que cumpriu pena, deixou o “lado negro da força” e virou consultor de segurança. Assim como seu xará, Poulsen deixou tudo pra trás?

Alguém já me disse que “uma vez hacker, sempre hacker”. Isso porque o negócio nessa atividade não é dinheiro nem fama, mas entusiasmo pelo risco, respeito dos pares e outros valores de uma ética muito particular. Aliás, foi por conta da ética hacker que cheguei à biografia de Poulsen e venho estudando outros textos. Minha pesquisa sobre novos valores éticos que poderiam contagiar a prática jornalística esbarra na ética hacker e na presença de outros atores no cenário comunicativo contemporâneo. Mas a dúvida persiste: existe ex-hacker?

O que você acha?

pare tudo e veja esses 7 links

Fiz uma rápida faxina na gaveta de links, e esses aí embaixo não podem deixar de ser conferidos.

Aproveite!

o estupro, a denúncia, o jornalismo e as redes sociais

Na semana que passou um email explosivo se espalhou como rastilho de pólvora na Grande Florianópolis: adolescentes filhos de gente importante da mídia e da elite teriam violentado uma jovem na cidade. A denúncia se disseminou pelos porões da internet, sob a assinatura difusa de “mães do Colégio Catarinense”. Cocei os dedos para escrever sobre o assunto, mas não tive elementos suficientes para fazer uma análise mais equilibrada, mais detida, mais focada.

O César Valente fez isso hoje, e recomendo a leitura no blog dele.