googlejornalismo: um guia

Já pensou usar o Google para organizar suas fontes de informação, encontrar dados e fazer pesquisas pelo buscador e usar outros serviços e ferramentas para apurar, editar e publicar reportagens? Enfim, fazer jornalismo pelo Google?
Veja este guia produzido pela Medios Milenium, de Bogotá.
(documento em espanhol, em PDF, com 80 páginas e arquivo de 8,6 mega)

jornalismo em desenho animado

Se você admira o jornalismo feito em quadrinhos por Joe Sacco, vai gostar muito do que os salvadorenhos do El Faro fazem. É outra amostra de como o jornalismo pode se reinventar. Historias Urbanas é uma série de seis histórias colhidas nas ruas, reescritas e vertidas para animação. O trabalho é executado por sete jornalistas, um diretor de teatro, 25 músicos, um editor, dois animadores e sete ilustradores.

A ideia é simples e complexa ao mesmo tempo: narrar a cidade de San Salvador, a capital do país. Com isso em vista, durante um ano, jornalistas apuraram, artistas gráficos deram formas e cores a personagens e cenários, e músicos compuseram temas exclusivos para as histórias.

Resultado? Um jornalismo multimídia diferente, único, completo e bem arquitetado.

Confira!

 

uso de mídia define gerações: será mesmo?

O Link, caderno de tecnologia de O Estado de S.Paulo, trouxe matéria sobre estudo da agência Adge/Magid Generational Strategies que apontaria uma ligação direta entre consumo de certas mídias por grupos etários em faixas de horário do dia. Quer dizer: o uso do meio ajuda a definir a sua geração. Típico caso de determinismo biotecnológico, fácil da gente “comprar” mas igualmente fácil de desbancar.

Veja a matéria aqui, o estudo aqui e um infográfico aqui.

Digo que a gente embarca nessa história com facilidade porque estudos deste tipo nos “ajudariam a explicar as mudanças pelas quais estamos passando nos últimos anos”, separando em gavetinhas as espécies de usuários e organizando a bagunça em que vivemos. Mas a coisa não é assim tão tranquila.

Se as gerações funcionam assim, como explicar os casos de velhinhos que estão nas redes sociais, que blogam, que se comunicam com seus netinhos pelo Skype, que postam suas fotos familiares no Flickr ou coisas do tipo? Como explicar que existem jovens usuários que não são necessariamente heavy users ou nerds de plantão, apesar de seus colegas serem? Eles são desvios da norma? São exceções à regra? Não se pode afirmar porque não há dados científicos que o coloquem dessa maneira…

Isto é, embora gostemos da piadinha que elogia as novas gerações por estas “virem software embarcado atualizado”, as formas de apropriação dos meios seguem regras que transcendem as biológicas: são culturais, sociais, contextuais, históricas. Quem dá bons argumentos nessa direção é o sagaz Clay Shirky, professor da Universidade de New York e autor de um livro inspiradíssimo: Cultura da Participação. Segundo Shirky, as gerações podem se diferenciar no uso dos meios não por aspectos inatos, ligados a sua genética ou coisa do tipo. Hiatos podem surgir entre elas por conta das oportunidades diferentes que elas têm de se apropriar de algo, de trazer isso para suas vidas e de transformar suas existências com essas novas chances.

O raciocínio de Shirky ajuda a explicar porque hoje milhões de pessoas – de todas as gerações – compartilham mais suas experiências nas novas mídias, articulam-se mais em torno de causas cívicas (ou não), buscam se organizar pela web e forçam a porta da participação nos meios convencionais. Temos atualmente mais oportunidades de fazer coisas que antes ficavam relegadas a grupos mais restritos. Temos capacidade de nos conectar mais rapidamente e mais facilmente a grupos de semelhantes, o que facilitaria trabalhar de forma coletiva. Não é, portanto, um fenômeno geracional; é histórico; é o momento. Segundo Shirky, temos os meios, os motivos intrínsecos para fazer isso e as oportunidades. Junte tudo, bata e coloque no forno. O resultado é o que o autor chama de “excedente cognitivo”.

Não disse que essa coisa do determinismo geracional era fácil de contrariar?

Não disse que as ideias do Shirky são interessantes?

chuvas no vale do itajaí e previsão de enchentes

Todas as chuvas do mundo desabam sobre Santa Catarina desde o mês passado. Em agosto, não chovia tanto há mais de uma década. Em Florianópolis, as precipitações foram o triplo do que historicamente se tem no período.

Setembro entrou com tudo. Muito volume de água nesta semana. No momento, cidades do Vale do Itajaí como Blumenau, Rio do Sul, Ilhota, Navegantes e Itajaí estão em alerta. Há pouco, o rio Itajaí-Açu chegou a 8,54 metros em Blumenau, o que já aciona todos os sinais vermelhos. É uma situação delicada, pois os transtornos são muitos: alagamentos, interrupção de abastecimento de água, suspensão de aulas, deslizamentos…

As redes sociais podem ajudar. Para saber mais e mandar informações, siga no Twitter:

@arcanoe

@raciel

@defesacivilsc

@defesacivilITJ

@clicrbsitajai

@fabrito

Cuidado com o alarme. Retransmita apenas informações confiáveis e responsáveis.

 

não é bem um wikileaks, mas vale…

A Folha de S.Paulo está colocando à disposição dos leitores uma série de documentos que ajudam a dar mais clareza às relações políticas nacionais e internacionais dos últimos anos. O projeto Folha Transparência, segundo o próprio jornal, é “é um conjunto de iniciativas do jornal para divugar informações e documentos de interesse da sociedade. O projeto reflete não só o trabalho de reportagem da Folha como também ações nas esferas administrativas e judicial para levar o poder público a revelar dados mantidos em sigilo”.

Não chega a ser comparável ao WikiLeaks, mas vale pelo esforço e pela abertura.

steve jobs não é o único

Não foi necessariamente uma surpresa a renúncia de Steve Jobs do comando da Apple. Já se sabia que mais dia menos dia ele deixaria a cadeira para cuidar de assuntos bem mais urgentes que o IPad 3 ou qualquer outra traquitana hightech. São evidentes e indeléveis as marcas dele nos resultados da Apple e na história recente da tecnologia, mas sua saída provocou uma comoção virtual nos blogs e redes sociais.

Calma, gente! O Steve Jobs não morreu! Só pegou o seu boné e foi fazer computação em nuvem!

Bem, e ele não é o único a limpar as gavetas. O António Granado informa que Jim Romenesko, nome importante da blogosfera, também vai se aposentar

(Aliás, ontem, um piadista já anunciava no Twitter: “Steve Jobs deixa a Apple e muda de nome. Vai passar a atender por Steve Vacations”…)

 

internet das coisas: baixe um ebook

A exemplo do post anterior, temos aqui um estudo da Fundación de la Innovación Bankinter e da Accenture agora sobre a chamada “internet das coisas”, que nada mais é senão a conexão de objetos, utensílios, equipamentos por meio de rede, de forma a transmitir informações e otimizar serviços.

Esta publicação é de 2011, tem 78 páginas, 2,4 Megabytes de arquivo, em formato PDF e está em espanhol.

Baixe aqui.

computação em nuvem: baixe um ebook

Qual é a terceira onda das tecnologias da informação e comunicação?
Um estudo da Fundación de la Innovación Bankinter e da Accenture responde: é a computação em nuvem, conjunto de práticas e dispositivos que permite que se acesse arquivos e aplicativos online, permitindo maior mobilidade do usuário e dispensando traquitanas de todos os tipos.

“Cloud Computing” é uma publicação que enfoca a realidade da Espanha, mas que não despreza o fenômeno global que deve conformar um mercado de 42 bilhões de dólares em 2012. Vale a leitura, vale acompanhar.

O estudo é de 2010, tem 129 páginas, 1,8 Megabytes de arquivo, em formato PDF e está em espanhol.

Baixe aqui.

guia de segurança e privacidade na web

Não é segredo nenhum que se deixa um monte de rastros na internet e que isso pode ser pessoal demais. Tem gente que não liga para isso, que se lixa para manter a própria privacidade. Outros ignoram cuidados mais básicos de segurança. Independente do seu perfil, vale a pena dar uma olhada neste Guia Completo de Privacidade e Segurança na Web, produzido pelo The Edublogger, e que traz dicas úteis para Twitter, Google + e Facebook.

Baixe o guia aqui. (PDF, 13 páginas, 740 Kb)

liberdade de conexão; liberdade de expressão

A Unesco lançou uma publicação de 105 páginas abordando o estado das coisas em termos de liberdade de conexão à web e suas implicações no desenvolvimento da liberdade de expressão para os cidadãos. O planeta tem pouco mais de 1,97 bilhão de internautas, o que significa que menos de um terço da população tem acesso a uma quantidade quase infinita de informações. “Freedom of Connection-Freedom of Expression” ataca o tema, apoiando-se em pesquisa empírica e estudos de casos da normas e regulamentos ao redor do mundo.

São seis frentes de estudo:

  • Iniciativas técnicas relacionadas à conexão e desconexão, a exemplo de filtros de conteúdo
  • Direitos digitais
  • Política industrial e regulação, incluindo direitos autorais, TICs e propriedade intelectual
  • Cuidados com o usuário
  • Padrões e políticas para a rede
  • Segurança da rede, como o controle de pragas virtuais

Vale conhecer o estudo. Baixe aqui

assange na trip (2)

Outro dia, comentei aqui que Julian Assange – rosto, cérebro e espírito do WikiLeaks – estava na capa da revista Trip, que dedicara suas páginas negras para entrevistá-lo. Li há pouco a entrevista assinada por Lino Bocchini (e que pode ser conferida aqui). Gostei do que vi e a Trip conseguiu – mais uma vez! – mostrar uma faceta inédita dos personagens a que consagra suas grandes entrevistas. Assange está descuidado, barbado e com a camisa da seleção brasileira…

Na ocasião, abril passado, trechos da entrevistas foram captados em vídeo. Veja a seguir:

 

contemporânea chama para textos sobre wikileaks

Reproduzo mensagem de André Lemos e Edson Dalmonte, editores da revista Contemporânea.

Edição – Agosto 2011
“WIKILEAKS – CIBERCULTURA E POLÍTICA”
A Revista Contemporanea lança um call for papers sobre o tema “Cibercultura e Política”, tendo como ênfase principal a discussão sobre o fenômeno “Wikileaks”. No final de 2010, o “Wikileaks” difundiu importantes e constrangedores documentos secretos que incomodaram as principais potências mundiais (EUA, China, França, GB) e alguns países emergentes, entre eles o Brasil. O papel das tecnologias de comunicação e informação (TICS) na reconfiguração do jogo político não é um fato novo, desde as ações ativistas e micropolíticas, até o uso por candidatos, políticos eleitos, partidos políticos, bem como governos e instituições públicas. O caso “Wikileaks” (“Wiki”, plataforma colaborativa online e “Leak”, vazamento, circulação de informação) é a mais nova faceta do ciberativismo global e coloca em discussão o papel do jornalismo, da diplomacia mundial e dos novos meios de comunicação. Segundo Manuel Castels, uma nova etapa da comunicação política foi inaugurada. A revista Contemporanea quer investigar essas questões.

Calendário:
Recebimento de artigos: até 31 de maio
Resultado da seleção: 20 de junho
Trabalho de revisão: 21 a 30 de junho
Publicação da Revista: 15 de agosto

nova revista sobre comunicação e tecnologias

   Já está circulando na rede o primeiro número da revista Tinta Electrónica, voltada para temas da comunicação e das novas possibilidades tecnológicas. A publicação é editada pelos jornalistas Sandro Medina Tovar (do Peru) e Emiliano Cosenza (da Argentina), e na edição de estreia traz textos de Mario Tascón (Espanha), Pedro Jerónimo (Portugal), Anderson Paredes (Venezuela), María Pastora Sandoval (Chile), Martín Fernández (Argentina), Rolly Valdivia Chávez (Peru), Susana Morán (Equador), Lina Ceballos (Colômbia) e Gerardo Albarrán de Alba (México).

A publicação está no formato PDF, é fácil de baixar, e deve sair sempre em abril, agosto e dezembro. O número 1 tem 28 páginas e o layout é bem modesto, talhado para facilitar a leitura do conteúdo. O tema de abertura da nova revista eletrônica é “Fazer jornalismo num novo ecossistema informativo”.

Para saber mais sobre a revista, leia a entrevista que a jornalista Esther Vargas fez com Sandro Medina. Para baixar, clique aqui.

mais um e-book grátis sobre direitos autorais

O Grupo de Estudos em Direitos Autorais e Informação (Gedai) da UFSC é um dos pólos mais produtivos de investigação sobre o tema no país. Seus membros desenvolvem pesquisas, promovem eventos e fazem circular muitos materiais de referência para a área. O mais recente deles é o e-book dos anais do 4º Congresso de Direito de Autor e Interesse Público, que aconteceu no ano passado em Florianópolis.

Baixe aqui.

 

 

transparência na alesc e jornalismo watchdog

Reportagem do Diário Catarinense desta semana, assinada por Upiara Boschi, apontou que a Assembleia Legislativa do estado é das menos transparentes do país. A matéria, com chamada na capa da edição de domingo, 27, denuncia que no site da Alesc não estão disponíveis dados como assiduidade dos deputados, gastos em viagens e outras informações de interesse dos cidadãos.

Pois a reportagem teve efeito imediato. No início da semana, o presidente da Alesc, Gelson Merísio, apressou-se a anunciar numa coletiva que o Legislativo estava trabalhando num novo site, mais informativo. Quem acompanha o caso sabe que não foi apenas a matéria dominical que provocou essa reação. Na semana passada, outras matérias já questionavam viagens de parlamentares à China, sendo que mal se sabia dos motivos, dos custos, dos resultados e pior: um dos deputados viajantes é diretamente interessado na prosperidade dos negócios com aquele país, já que atua no setor de comércio exterior…

Esse quase cerco à Alesc traz à tona duas questões: deveres dos órgãos públicos e funções da imprensa. Nas democracias recentes, é cada vez mais invocado o princípio da transparência, e por isso gestores públicos e representantes da população precisam prestar contas do que fazem e do que deixaram de fazer. É um princípio constitucional, democrático, moderno, republicano, e que tende a se universalizar. Os norte-americanos têm uma palavra para isso: accountability. Nas palavras de um velho ditado: não basta que a mulher de César seja honesta; ela precisa também parecer honesta.

Diretamente ligado ao dever dos órgãos públicos está uma função do jornalismo: fiscalizar os poderes, acompanhar seus passos e informar à população o que está certo e o que não está. Os norte-americanos também um nome para esse tipo de prática: watchdog journalism. Numa tradução aproximada: jornalismo cão-de-guarda. Não se trata de um jornalismo pittbul que ataca a todos, mas de um jornalismo que resguarda, assegura, vigia os interesses da coletividade.

Por isso, o novo site da Alesc é bem vindo, sim. Assim como são bem recebidas as reportagens que seguem as sombras dos poderes. Jornalistas e políticos, mesmo que muito diferentes, deveriam se guiar por valores semelhantes: o bem comum, a vontade coletiva, o interesse público. Seria muito bom se fosse sempre assim. Seria…